Páginas

sábado, 21 de julho de 2012

Abolição e Marginalidade

A abolição não correspondeu nem aos receios dos Escravistas, nem as expectativas dos abolicionistas. Não foi a catástrofe nem a redenção, Gregório Bezerra conta, em suas memórias, a história de que era feito numa fazenda no Nordeste, onde Bezerra trabalhou quando menino. Ele tinha sido escravo, escreve Bezerra: E tinha saudade da escravidão, porque segundo ele, naquela época comia carne, farinha, feijão a vontade e agora mal comia em um prato de xerém e água e sal.
Fruto de desespero de um homem depois da abolição fora abandonado a sua própria sorte, sem que a sociedade lhe assegurasse as mínimas condições de vida, esse depoimento de um escravo que tinha saudade da escravidão não deve ser entendido como um comentário a favor da escravidão. Ele é, de fato, um testemunho eloquente das condições de vida de que se encontraram muitos ex-escravos, para os quais a abolição representara apenas o direito de ser livre para escolher entre a miséria e a opressão em que viveram (e ainda vivem) em grande número de trabalhadores brasileiros.


Dessa forma, a abolição foi apenas um primeiro passo em direção a emancipação do povo brasileiro. O arbítrio, a ignorância, a violência, a miséria, os preconceitos que a sociedade escravista criou ainda pesam sobre nós. Se é justo comemorar o 13 de maio, é preciso, no entanto, que a comemoração não nos ofusque a ponto de transformamos a liberdade que simboliza num mito a serviço da opressão e da exploração do trabalho.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Os Culpados Somos Nós!

Os seres humanos tem um sério problema em assumir as suas responsabilidades, sempre invetamos alguma estratégia para colocar a culpa em alguém, muitas vezes não assumimos os nossos erros, eis um dos maiores erros humano, a capacidade de não aceitar a culpa. A culpa da corrupção no brasil é de quem? Você fala do governo,do político,da sociedade, das empresas, dos extraterrestre, os únicos que não são contabilizado na culpa somos nós, os verdadeiros culpados, seja por omissão, venda de voto, votar por amizade, seja por não conscientizar as pessoas do seu papel na política, votar em quem vai ganhar, para quê votar naquele candidato se ele vai perde, já ouvi muito deste pensamento idiota, enfim só assumindo a culpa é que vamos nos libertar desse pensamento vicioso e conformado e avançar pouco, pois o brasil tem sérios problema de ética, honestidade e princípios morais. O político é quase intocável e blindado por várias defensa, VEJA!


A transformação é a longo prazo, pare com seus maus hábitos imediatistas, mudança ocorre gradualmente, muda essa mentalidade de progressos rápidos, implantado em sua mente pela mídia. Use seu órgão reprodutor de ideais que é chamado Cérebro, não apenas o reprodutor de crianças.

By Rogirs Roberto

segunda-feira, 2 de julho de 2012

QUEM TEM MEDO DA REVOLUÇÃO!!


Um espectro ronda a esquerda: o  espectro da revolução.

Pelo mundo inteiro pipocam manifestações contra a ganância, essência do capitalismo -- com uma força e abrangência que não se viam desde as primaveras de 1968.

E, quando as rodas da História começam de novo a girar, após quatro décadas de marasmo e consumismo, a esquerda  moldada na fase do refluxo revolucionário  não consegue acompanhar os ventos de mudança.

Continua defendendo com unhas e dentes os regimes híbridos que sustentaram nossa fé nos anos difíceis, sem acordar para a realidade de que estamos ingressando numa época na qual podemos novamente sonhar com -- e devemos novamente lutar por -- uma revolução nos moldes clássicos.

Ou seja, internacional e desencadeada de baixo para cima, tendo os explorados como sujeito e não como objeto. 

Chega de abençoarmos aquelas ditaduras instauradas por quarteladas que, qual fazendas modelos,  cuidavam bem do seu gado enquanto não tugisse nem mugisse! Não são e nunca foram o que, marxistas e anarquistas, tínhamos como meta, mas, aos olhos dos cidadãos despolitizados e manipulado pelas indústria cultural, acabam se identificando conosco, como se fôssemos totalitários e carniceiros. 

O panorama que hoje se vislumbra é muito mais grandioso. Como Vandré cantou em 1968, temos de novo a certeza na frente e a História na mão.

BECO  SEM SAÍDA

Já faz quase um século que os movimentos revolucionários desviaram por atalho que acabou conduzindo a um beco sem saída.

O desvio foi decidido às vésperas da revolução soviética, quando o Partido Bolchevique discutiu dramaticamente se valia a pena tomar-se o poder num país atrasado, contrariando duas premissas marxistas: a da revolução internacional e a da construção do socialismo a partir das nações economicamente mais pujantes (e não o contrário!).

Foi uma avaliação arguta ou um dom profético que levou Marx a pregar uma tomada de poder em escala global?  A História comprovaria ser o capitalismo tão poderoso que, se nações isoladas tentam edificar uma sociedade mais justa, ou são por ele esmagadas, ou sobrevivem ao preço da descaracterização de suas propostas originais..


E AGORA, JOSÉ?

Agora, só nos resta voltarmos ao princípio de tudo: Marx.

Reassumirmos a tarefa de engendrar  a onda revolucionária que varrerá o mundo.

Esquecermos a heresia de solapar o capitalismo a partir dos seus elos mais fracos, pois o velho barbudo estava certíssimo: as nações economicamente mais poderosas é que determinam a direção para a qual as demais seguirão, e não o contrário.

Isto, claro, se tivermos como meta a condução da humanidade a um estágio superior de civilização. Pois o cerco das nações prósperas pelos rústicos e atrasados já vingou uma vez, quando Roma sucumbiu aos bárbaros... e o resultado foi um milênio de trevas.

Se, pelo contrário, quisermos cumprir as promessas originais do marxismo, as condições hoje são bem propícias do que um século atrás:
"...crises tão agudas que só unidos e 
solidários conseguiremos sobreviver..."
  • o capitalismo já cumpriu seu papel histórico no desenvolvimento das forças produtivas e está tendo sobrevida cada vez mais parasitária, perniciosa e destrutiva -- tanto que mantém a parcela pobre da humanidade sob o jugo da necessidade quando já estão criadas todas as premissas para o  reino da liberdade, e o 1º mundo sob o jugo da competitividade obsessiva, estressante e neurótica, quando já estão criadas todas as premissas para uma existência fraternal, harmoniosa e criativa;
  • os meios de comunicação que ele desenvolveu, como a internet, facilitam a disseminação e coordenação dos movimentos revolucionários em escala mundial, de forma que um novo 1968, p. ex., hoje seria muito mais abrangente (está longe de ser utópica, agora, a possibilidade de uma onda revolucionária varrer o mundo);
  • a necessidade de adotarmos como prioridade máxima a colaboração dos homens para promover o bem comum, em lugar da ganância e da busca de diferenciação e privilégio, será dramatizada pelas consequências das alterações climáticas e da má gestão dos recursos imprescindíveis à vida humana, gerando crises tão agudas que só unidos e solidários conseguiremos sobreviver.
Nem preciso dizer que a forte componente libertária original do marxismo tem de ser reassumida, pois os melhores seres humanos, aqueles dos quais precisamos, jamais nos acompanharão de outra forma (esta é uma das conclusões mais óbvias a serem tiradas dos acontecimentos das últimas décadas).

A bandeira da liberdade deve ser empunhada de novo pelos que realmente a podem concretizar, não pelos que só têm a oferecer um cativeiro com as grades introjetadas, pois a indústria cultural as martela dia e noite na cabeça dos videotas.

É este o edifício sólido que podemos começar a construir com os tijolos do muro de Berlim e tantos outros muros tombados.

E é esta a postura com que poderemos nos afirmar como o que devemos e temos a obrigação de ser: a vanguarda dos  indignados  de todos os quadrantes.